15 a 24 Abril \ de quinta-feira a domingo \ vários horários


CICLO SILÊNCIO

Toda a palavra ou enunciado são precedidos por uma voz silenciosa, por um sonho acordado repleto de imagens e de pensamentos difusos sempre actuantes no nosso íntimo. As formulações que daí emergem podem depois ser esmagadas logo à nascença. As ditaduras, na essência ou nas margens dos regimes políticos, ou como doença viral em relacionamentos pessoais, tendem a calar o indivíduo. A modernidade, por outro lado, leva a mal o silêncio.
A palavra sem fim e sem réplica prolifera em detrimento da palavra renascente da comunicação quotidiana com os nossos próximos. Falamos da palavra que muda de estatuto antropológico: sai da ordem da conversa, entra no domínio dos mass media, das redes, dos telemóveis. Invasora, vã e tranquilizante. Philippe Breton falava do paradoxo de uma sociedade “altamente comunicante e fracamente coincidente”.
Mas não devemos avaliar o silêncio apenas por antifrase. No início dos anos 60, George Steiner já proclamava o “declínio do primado da palavra”, por um lado devido a factores sociais (tendência para crescente iliteracia, incluindo as elites económicas e políticas) e por outro, devido à evolução técnico-científica (que leva à valorização de outras linguagens, nomeadamente a linguagem matemática). Se alargarmos a geografia das nossas reflexões, veremos também que Ocidente e Oriente assumem estratégias distintas de significação do silêncio e da palavra. Falemos então de silêncios: os que crescem connosco, os que conservamos, os que estranhamos, os que quebramos.

organização OFICINAS SEM MESTRE parceria (co-produção) ESTÚDIO PERFORMAS apoios MERCADO NEGRO, TEATRO AVEIRENSE, CENTENÁRIO, LODO.

15 Abril \ quinta-feira \ 21h30 \ auditório
O SILÊNCIO NO CINEMA [PROJECÇÕES COMENTADAS]

16 Abril \ sexta-feira \ 21h30 \ auditório
OLHAR O SILÊNCIO [PAINEL]

17 Abril \ sábado \ 21h30 \ auditório
O SILÊNCIO NA LITERATURA [PAINEL]

17 Abril \ sábado \ 23h30 \ auditório
RECITAL DE POESIA
Com Alberto Serra e a participação especial de Rui Oliveira.

18 Abril \ domingo \ 21h30 \ auditório
O NADA
Uma produção do CETA com autoria de António Morais.

18 Abril \ domingo \ 21h45 \ auditório
SILÊNCIO E (DES)ORDEM [PAINEL]

22 Abril \ quinta-feira \ 21h30 \ auditório
O SILÊNCIO NO CINEMA [PROJECÇÕES COMENTADAS]

23 Abril \ sexta-feira \ 21h30 \ auditório
O DECLÍNIO DA ERA DA PALAVRA [PAINEL]

23 Abril \ sexta feira \ 21h15-22h30 > 24h-01h30 \ café-concerto
ANTÓNIO SANTOS aka STATICMAN
Performance de imobilismo e levitação.

24 Abril \ sábado \ 18h30 \ auditório
SILÊNCIO NA MEMÓRIA COLECTIVA [PAINEL]

24 Abril \ sábado \ 22h30 \ auditório
CELINA PEREIRA


Contemporânea de cantores cabo-verdianos como Cesária Évora e Bana, e desde sempre preocupada com as questões da preservação da memória colectiva e, consequentemente, da própria identidade do povo cabo-verdiano, Celina Pereira vem cumprindo, desde o seu
primeiro LP “Força di Crêtcheu”, a aventura de tentar recuperar a riqueza e diversidade da cultura musical do seu povo.
Com pesquisas e recolhas efectuadas em Cabo Verde e na diáspora cabo-verdiana espalhada pelo mundo, Celina Pereira tem recuperado mazurcas, cantigas de casamento e mornas, cantigas de roda, lunduns, choros, lenga-lengas e toadas rurais e possibilitado a
salvaguarda destes temas. Nas suas palavras canta a essência da alma e da vida cabo-verdiana.
Nos festivais internacionais de música, especialmente na Europa e integrando-se na chamada world music, pelo seu repertório e qualidades vocais e interpretativas o seu nome tem aparecido ao lado de artistas como Youssou N’Dour (Senegal), Célia Cruz (Cuba), Olodum, Daniela Mercury, Chico César, Carlinhos Brown, Martinho da Vila, Gilberto Gil (Brasil), Manu di Bango (Camarões), Al Jarreau, Bobby McFerrin, Nina Simone e Manhatan Transfer (USA).
Nesta sua inédita apresentação em Aveiro, Celina Pereira apresentará “Mornas Sem Tempo” um concerto intimista que permitirá apreciar a força e a grandeza da diva cabo-verdiana.

24 Abril \ sábado \ 24h \ café-concerto
COUSCOUS PROSJEKT [DJ SET]
Depois do silêncio, uma alvorada em Abril.

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